Pesquisadores apontam que o derretimento da Antártica atingiu um nível alarmante: uma aceleração de 280% nas últimas quatro décadas
E os pesquisadores vão além. Alertam que o derretimento provocado pelas mudanças climáticas irá causar o aumento do nível do mar por muitas décadas. “Isso é apenas a ponta do iceberg, por assim dizer”, disse o principal autor do estudo, Eric Rignot. “À medida que o manto de gelo da Antártica continua a derreter, nossa expectativa é que nos próximos séculos ocorra uma elevação de vários metros no nível do mar.”
Para chegar a essa – triste – previsão, os pesquisadores conduziram o que chamaram de “a avaliação mais completa e longa da massa de gelo antártico remanescente”. O estudo abrangeu quatro décadas e examinou 18 regiões, incluindo 176 bacias, bem como ilhas vizinhas. O que mais preocupa os cientistas é que o degelo não acontece somente em uma área, mas em todo o continente.

Fotos: Daniel Beltrá / Greenpeace
Em junho do ano passado, uma outra pesquisa já apontava que algo errado estava em andamento no continente antártico. Publicado na revista Nature, o estudo de um grupo de 84 cientistas de 44 instituições analisou duas dezenas de séries de dados de satélite para produzir uma grande estimativa do estado de saúde do gelo da Antártica.
As conclusões do levantamento não foram nada boas: a Antártica perdeu quase 3 trilhões de toneladas de gelo entre 1992 e 2017. E o ritmo de perda triplicou nos últimos cinco anos.
Ou seja, ano após ano, estudo após estudo, as evidências científicas confirmam que a situação é realmente séria. O aquecimento global está causando o derretimento da Antártica e não serão somente os pinguins que sentirão o impacto disso. Apesar de acharmos que o Polo Sul está muito distante, todos nós sentiremos as consequências do aumento do nível do mar. Engana-se quem acha que o desastre ficará restrito ao extremo sul do planeta.
Texto de Suzana Camargo. Publicado originalmente no Conexão Planeta.
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