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Sinodalidade: o kairós do terceiro milênio

Nos últimos anos, umas das palavras mais expressadas no cenário eclesiástico foi sínodo ou sinodalidade. O termo começou a ecoar fortemente depois das celebrações dos 50 anos da instituição do Sínodo dos Bispos. O papa Francisco enfatizou que “o caminho da sinodalidade é o caminho que Deus espera da Igreja no Terceiro Milênio” (Francisco, 2015). Nesse caminho, o bispo de Roma propõe uma continuidade das luzes de Paulo VI como aspecto próprio do Povo de Deus da escuta recíproca e na escuta de todos no discernimento à vontade de Deus.


Este tempo inovador para a Igreja, de que tanto falamos nas Conferências Episcopais e nas dioceses, chegou também em nossas pequenas comunidades. Mas, de fato, sabemos sobre o que seja esse caminho que a Igreja propõe para sua presença no mundo atual? Vamos tratar de alguns pontos da sinodalidade e destes estilos de vida eclesial que faz parte do ser Igreja Missionária na sua universalidade.

Para buscar o significado sobre a palavra Sínodo, vamos à terminologia grega “sýnodos”, que significa reunião. Temos o prefixo “syn” (junto com/ junto de/ junto a) e o substantivo “hodós” (caminho). O verbo sýnodéo, em grego, significa caminhar com alguém ou fazer um caminho. Nesse sentido, tem a ver com o caminho que o povo de Deus fez e faz na história; uma experiência com o Emanoel que caminha com seu Povo e convida a seguir seus passos, como aquele que é o caminho, a verdade e a vida (Jo 14,6).


A sinodalidade ou greja sinodal tem relação com a palavra sínodo. Na visão do papa, sinodalidade é aquilo que constitui o que a Igreja é em sua natureza. Assim, são novidades linguísticas sobre a consciência eclesial aberta pelo Vaticano II, e retomada, aos poucos, em Conferências Episcopais, nas Igrejas locais, na Igreja universal, nas assembleias do CELAM, precisamente na de Aparecida. O processo foi potencializado pelo pontificado de Francisco na Assembleia sinodal em 2021, no México, e nos processos sinodais episcopais, como “comunhão, participação e missão”, em 2021. Um kairós (tempo oportuno) eclesial, histórico e testemunho para o mundo atual.


Assim, discutir, vivenciar e agir por uma via onde todos se sintam participantes ativos da vida comunitária e eclesial são sinais de esperanças para as pequenas comunidades, as periferias e os confins sociais, existenciais e geográficos. Desse modo, o processo sinodal, não somente é uma riqueza eclesial, mais também uma renovação social de uma nova esperança de fraternidade universal, onde podemos escutar, aprender, caminhar juntos no encontro que nos enriquece como irmãos e irmãos nas diversidades culturais, sociais e eclesiais.


por padre Genilson Sousa, Secretário Nacional da Pontifícia Obra da Propagação da Fé





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